Ontem fui a loja da Harley aqui em Orlando e logo no estacionamento, escutei o barulho de uma 883 com a descarga aberta, que chegava reduzindo as marchas.
Uma enorme van impedia a minha visão da moto que vinha do outro lado até que ela passasse em minha frente e estacionasse ao meu lado. Aliás ela não, elas, porque eram duas.
Logo vi que tanto a moto da frente como a de trás eram conduzidas por pessoas mais idosas.
A senhora da frente, mesmo antes de descer, já com um sorriso cumprimentou-nos e foi logo perguntando ao retirar o capacete, onde estava a minha moto. Ao saber que estava em minha casa e que eu estava de carro, fez uma cara de reprovação. O mútuo sorriso que se seguiu, foi o suficiente para conhecermos um casal de harlistas, com uma vida que nós motociclistas, devemos nos espelhar.
Ele, bastante espirituoso, foi me perguntando com um largo sorriso, se a minha Querida era minha filha...
Ambos se conheceram na II Guerra Mundial, sendo que ele era piloto de caça e ela não perguntamos onde serviu.
Pelas motos customizadas, principalmente a dela, nota-se que ela deve ter servido na frente de batalha, talvez na artilharia...
A começar pelo capacete coquinho dela, coberto com aquela tela de pano que se usava nos capacetes de guerra. A sua moto pintada nas cores de guerra, tinha uma granada, isto mesmo, uma granada fixada no paralamas traseiro... Segundo ela, desativada. Ainda bem!
Um cilindro de revolver com cápsulas de balas 45 fixado no mata cachorro, servia de descanço para os pés... O seu alforje também era uma mochila de campanha.
Varios adesivos e botons alusivos a esta época estavam nas suas motos e vestimentas.
Ele tem 82 anos e anda de Harley há apenas 65 anos... Não usam carro. Ela, que gentilmente não perguntamos a idade, anda de moto há bem menos tempo que ele: 45 anos...
Eles tem três filhos, hoje com Harleys, mas que tiveram motos desde pequenos, segundo ela nos contou com a sua simpatia irradiante. Ele me ensinou, enquanto minha Querida tirava algumas fotos, que se deve sempre falar a palavra sex, nesta ocasião, para todos saiam risonhos neste registro para a posteridade...
Convidaram-nos, o que procuraremos comparecer, para no próximo domingo às 9:30 da manhã, assistir a uma missa que é realizada anualmente num bairro que se chama Hunters Creek, onde se segue uma benção para todas as motos presentes. Segundo ele, o comparecimento é maior do que no Daytona Bike Week...
Tomara que os encontre novamente, ou nesta benção ou no Bike Week, onde vão todos os anos.
A presença deles nos faz sentir bastantes jovens e esperançosos com o futuro...
Pedro Gustavo
Orlando, 17 de fevereiro de 2011
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